1. |
O vazio da máquina
01:55
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Instrumental
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2. |
Estética do fim
03:22
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O absoluto se desfaz no cansaço e pela simetria mantêm seu sistema de desordens. Em uma condição que antecede a história, o infinito é morrer. Transitando por uma existência transfigurada pelo fracasso, persistindo a ausência, é o vazio que preenche o espaço. Assumindo ser, sendo o que não é. Nossos pedaços desaparecem completamente. Cedo ou tarde, nossas particularidades vão encontrar uma finalidade? Estética do fim. Em um progresso, estagnado. Uma vontade, insuperável. Conscientemente deslocado, objetivamente perdido. Nas fronteiras de si mesmo, separado por um abismo - Em um lugar que espera uma atitude determinada, ideias precisas e palavras sensatas.
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3. |
Pathos
01:50
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Arrastando-se como um verme, talvez mais próximo do chão você encontre um buraco de arrogância na sua própria sombra. Agora que cada gesto ou palavra equivale a um sintoma. Assumindo todos os dias uma nova razão para viver. Empurre-se para continuar. Conceba tudo para padecer, diante do tempo que não passa...Dias e noites tornam-se apenas uma possibilidade para sentir - Culpa e arrependimento!
Tédio, sofrimento! Euforia ou desespero!
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4. |
Iconoclasta
02:59
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Como o sal para terra, os estilhaços do mundo, entre o esgoto e a queda. Aterro do universo e do trabalho. Movido pela sua submissão. Em tempo morto, produzo o excesso e ao mesmo tempo não tenho nada. Porque achar que pode haver empatia vendo os seus joelhos tocarem o chão? De uma fatalidade que sustenta o improvável, uma conduta para justificar o que é natural. Entre as fileiras, o silêncio. Carregando o peso de uma multidão nas costas; diante de uma liberdade sem opção; entre poder escolher ser submisso ou não - Imagem de tudo, semelhança de nada. Iconoclasta! Iconoclasta!
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5. |
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Engolindo os dias cansados, aos limites de um monólogo, tropeçando contra a própria matéria. O peso de um esforço que não marca mais pegadas, categoria do vazio, livre em um deserto. Pela soma dos meus fracassos, sujei minhas mãos moldando o meu aterro, abandonei minhas vontades pelo medo de errar. Me recolhi na vergonha de sentir. Me escondi atrás de uma ironia, caminhando de um inferno para outro, de um inferno para outro. Queria acreditar que um sentido se daria no tempo. Que fosse uma queda no futuro. Que fosse o suficiente para esquecer. Nenhuma emoção sobre nada. Nenhum lugar para estar. Não conseguir rir nem chorar. Enfrentando o túmulo em que cresci até que esse único dia termine.
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6. |
Fanatismo do pior
01:39
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Dos sonhos que compramos para as nossas mentiras, das escolhas que tomamos pelos nossos interesses, dos pensamentos fundados em um poço de dúvida, vidas que se constituem pela negação de outras.
O fanatismo do pior. Das desculpas cínicas à epilepsia consumada;
do desfile de falsos absolutos às farsas sangrentas. Das doutrinas da insegurança e de toda esperança à calamidade. O fanatismo do pior.
Dos sonhos que compramos para as nossas mentiras, vidas que se constituem pela negação de outras.
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7. |
Apatia e privilégio
03:59
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Imaginando tempos melhores, mas não sei o que procurar - ou não querem que eu encontre? É mais fácil me perder quando eu não sei ao menos onde quero chegar, então qualquer caminho pode me levar a qualquer lugar. Fora ou dentro de mim, nenhum e nada. E o nada? Tanto faz. Não se trata mais do "o que é" a verdade. Não se trata mais do "para que" o conhecer; ou o que procurar, ou do que tentar me proteger. Qual o interesse da representação certa e segura? A ideia que dá ao sistema sua dimensão histórica? O movimento pelo qual a "humanidade" se torna culpada? Pelo imenso sentido do que não tem nenhum valor.
O que me resta é a insuficiência de todas as hipóteses. Nada pode ser alcançado. Não impera nenhuma grande unidade. Eu me afasto. Quem se beneficia? Não há para onde ir, porque não acho que eu possa escolher um caminho para tentar me erguer.
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8. |
Distopia
02:05
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O reflexo. E se eu estiver errado? O prazer. A morte e o fracasso do desejo? Não poder mais viver ou viver sem a vida? Melhor ou pior, só seria diferente? Melhor ou pior? Só seria diferente? Nenhuma razão. Nunca houve um porque. Longe do Sol. Adotado e devolvido. Abandono o mundo que veio de mim. Um sentido não existe nesse lugar. Paroxismo da distimia. Aqui, distopia! Cansado demais para conseguir dormir. Cansado. Ao contrário de tudo, a indiferença? O agora é o lugar mais longe que eu posso chegar, onde cada escolha carrega uma culpa.
Mas a quem culpar? Eu me acusaria se pudesse.
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9. |
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Uma encenação? Escrevo para apagar meu nome. Porque a obsessão pela morte? O futuro não está nos cemitérios, mas nessa cidade, nessas superquadras. Onde abaixo de tudo, ninguém vê nada. Acordo sozinho, caminho ditado. Se nada é por mim, por quem será? Faço o possível até que tudo acabe. Escrevo para apagar meu nome. Busco ausência, continuo aqui. Anseio esperança, com frustração. Encontro um espaço, preencho com desperdício. Agora que essa sujeira é a minha coleira, consegui ser o animal que sempre julguei. E todas as coisas se arrastam. E todos nós fracassamos num sentido que decepcionamos todos, incluindo nós mesmos.
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